Obama anuncia medidas para aumentar eficiência energética e reduzir dependência do petróleo
Barack Obama anunciou hoje novas medidas para tornar o país menos dependente do petróleo estrangeiro, nomeadamente novas metas para a produção de veículos mais eficientes e menos poluentes. Obama quer dar ainda aos estados capacidade para definir as suas próprias metas ambientais, mais exigentes do que as federais.
“A América não pode ficar refém da diminuição dos recursos, de regimes hostis e do aquecimento do planeta”, declarou o novo Presidente norte-americano, num discurso na Casa Branca, em que se distanciou das políticas energéticas e ambientais da anterior Administração e : “O meu governo não vai negar os factos, será guiado por eles”.
Garantindo que “a redução da dependência do petróleo importado” será uma das prioridades do seu mandato, Obama lembrou que esta foi uma meta apresentada por anteriores executivos, sem que se tenham registado progressos. “Não precisamos de mais promessas vazias. Precisamos que desta vez seja diferente”, afirmou, dizendo “que este é o momento de fazer escolhas difíceis” para que conseguir “um futuro mais seguro para o país, mais próspero e durável para o planeta”.
Neste sentido, Obama instruiu o Departamento de Transportes a apresentar, até Março de 2011, novos padrões de eficiência energética para os automóveis, estando previsto que a indústria comece a aplicar as novas regras nos 18 meses seguintes.
Em causa, está a agilização e regulamentação de uma lei de 2007, segundo a qual, em 2020, os automóveis produzidos no país deveriam ter um consumo médio de um galão por cada 35 milhas (cerca de 15 quilómetros por litro) – valores semelhante à média dos veículos que circulam na Europa.
A indústria automóvel americana, que produz automóveis conhecidos pelos elevados consumos, resistia a adopção de regras mais restritivas, em particular no momento em que luta pela sua sobrevivência, mas Obama diz não estar em causa "aumentar o fardo" que recai sobre o sector, mas "prepará-lo para o futuro".
Obama anunciou ainda que todos os organismos da sua Administração receberam ordem para reduzirem os consumos e promoverem a eficiência energética. “Acabaram os dias em que Washington arrastava as suas engrenagens”, garantiu.
Califórnia poderá liderar redução das emissões
Menores consumos equivalem a menos emissões de gases de efeito de estufa e, neste âmbito, o novo inquilino da Casa Branca anunciou ter pedido à Agência de Protecção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) para reanalisar um pedido da Califórnia, que pretende impor limites próprios, mais apertados do que os federais, aos níveis de dióxido de carbono emitidos pelos automóveis.
A proposta foram rejeitada pela anterior Administração, mas o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger pediu ao novo Presidente para rever a decisão, para que o estado pudesse avançar com o objectivo de reduzir em 30 por cento as emissões originadas pelos transportes. Outros 18 estados norte-americanos já se mostraram disponíveis para seguir o exemplo do estado da Costa Oeste, criando requisitos mais ambiciosos do que os previstos pelas leis federais.
Elogiando a "audácia" das autoridades californianas, Obama lançou uma crítica implícita às posições do seu antecessor, ao afirmar que "o governo federal deve trabalhar com, não contra, os estados na redução de gases com efeito de estufa".
O Presidente americano sustentou ainda que, após anos de inércia, os Estados Unidos estão disponíveis para liderar o combate às alterações climáticas e defendeu uma "coligação verdadeiramente mundial" para definir uma estrategia coerente, o que só será possível se a China e a Índia assumirem também o seu papel nesta luta.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário